Seis empreendedores que fazem sucesso com cafés gourmet



Puro ou com leite...




















Puro ou com leite, o café tem lugar garantido na maioria
 das mesas brasileiras. Segundo a Associação Brasileira 
da Indústria de Café (Abic), 87% das residências têm 
pelo menos uma pessoa que consome café. Hoje, o 
Brasil é o maior produtor e exportador global de café e 
ocupa a segunda posição em consumo, com quase 20 
milhões de sacas de 60 quilos consumidas entre maio
 de 2011 e abril de 2012.
Originário da Etiópia, no centro da África, o café viaja o 
mundo e chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores. 
Ofuscado pela produção de cana de açúcar, por muitos anos
 o grão foi um produto secundário na economia colonial. 
Foi a partir do século XIX que o café ganhou força 
como atividade econômica, principalmente no Rio de Janeiro 
e em São Paulo.
É principalmente na capital paulista que hoje alguns 
empreendedores faturam com a bebida. Segundo a pesquisa 
Tendências de Consumo 2009, da Abic, cresce cada vez 
mais a demanda por cafeterias e locais para consumo de café 
fora de casa. O estudo revelou também que os 
consumidores estão dispostos a pagar mais por 
um café de mais qualidade.
Para os especialistas, mesmo que as pessoas não saibam
 tecnicamente os detalhes de um bom café, a maioria dos
 consumidores já sabe reconhecer uma bebida de qualidade. 
Veja nas fotos as histórias das cafeterias que investem
 em produtos gourmet.

Santo Grão
“O café é uma ferramenta para as pessoas sentarem e 
conversarem com os outros ou com elas mesmas”. 
É assim que o neozelandês Marco Kerkmeester enxerga
 seu principal produto. No Brasil desde 2001, ele levou
 dois anos para planejar e inaugurar seu próprio 
negócio, a rede de cafeterias Santo Grão.
Antes, trabalhou como diretor na IBM e lembra 
que as cafeterias costumavam ser seu escritório.
 “Depois de quatro meses no Brasil, eu voltei para
 Nova Zelândia para pegar meu visto permanente e 
queria tomar um bom café. Vi como era difícil achar 
um Brasil e percebi uma oportunidade no mercado”,
 conta. Hoje, a rede Santo Grão tem seis unidades 
e transforma os próprios funcionários em sócios para 
expandir. “Não vejo outro jeito para criar um ambiente 
gostoso se não com pessoas comprometidas com o 
cliente”, diz.
O crescimento, no entanto, depende de superar a
 barreira do ponto comercial. “Achar um bom ponto é 
um desafio”, diz. Além disso, o empresário garante que
 é preciso ânimo para servir 400 xícaras de café por dia, 
com um horário que vai das 8 horas da manhã até 1 hora 
da madrugada.
O investimento em uma unidade do Santo Grão varia 
de 400 mil a 2 milhões de reais. “Nossa expansão é muito 
orgânica, quando nós temos dinheiro suficiente, uma 
pessoa na equipe pronta para assumir e achamos um 
bom ponto abrimos mais uma unidade. Já temos o próximo 
investimento e vai ser o primeiro fora do estado de São Paulo”, 
conta.

Suplicy Cafés Especiais
A Suplicy Cafés Especiais surgiu em 2003, com cafeterias
 em São Paulo. “O café no Brasil não é uma coisa nova.
 É um hábito arraigado. Quando a gente nasceu, o hábito
 do brasileiro tomar café já estava na maioria dos lares”,
 conta Marco Suplicy, sócio-fundador da marca.
Para ele, hoje o consumidor está começando a olhar o 
café com mais atenção, em um movimento semelhante ao
 que aconteceu com o vinho anos atrás. “No país do café, 
não tem quem entenda de café. O maior desafio que nós
 enxergamos é uma maior educação do consumidor”, diz.
Neste ano, a marca anunciou a venda de 45% da empresa 
para o fundo TreeCorp. O dinheiro deve ser usado 
para acelerar a expansão com novas unidades. Hoje, 
a rede conta com oito cafeterias e pretende inaugurar 
80 lojas nos próximos três anos. “Em termos de 
faturamento, vamos crescer 100%”, diz, sem revelar 
seus números de faturamento.
Com 300 xícaras de café servidas por dia a 5 reais cada, 
a Suplicy Cafés Especiais investe em franquias para crescer.
 “O nosso franqueado vai gastar uns 300 mil reais para abrir 
uma loja de shopping”, diz. Para ele, o frescor do café, que
 vem da torra recente do grão, é indispensável para ter um 
café especial. "Eu tenho certeza que para quem mexe com 
qualidade nosso mercado está nascendo”, diz.

Coffee Lab
Vencedora do primeiro Campeonato Brasileiro de Baristas,
 realizado em 2002, Isabela Raposeiras diz que, por incrível
 que pareça, nunca quis ser dona de uma cafeteria. 
“Como eu não gosto de ter cafeteria e tinha que ter, eu tive 
de um jeito que não me ferisse. É um jeito de me deixar 
confortável, é meu laboratório. As pessoas vêm 
tomar café no meu laboratório”, explica. É assim que ela 
define o Coffee Lab, misto de escola e cafeteria que comanda.
Com investimento de 500 mil reais, o lugar oferece “rituais” 
com o café, como uma harmonização da bebida com 
queijo. “Um dos segredos do Coffee Lab é que a gente 
não faz o que o cliente quer. A gente entende mais de 
café. Eu presto atenção no cliente que gosta do que a gente 
gosta”, diz.
Para ela, o maior desafio do negócio é conseguir aumentar 
o ticket médio sem deixar de ser uma cafeteria. “É um 
desafio fazer o negócio ser sustentável sem virar 
restaurante. Muitos começam com cafeteria e comidinhas
 e, de repente, estão servindo almoço e refeição”, explica.
Com faturamento de 105 mil reais por mês e mais de 500 
bebidas servidas por dia, Isabela brinca que tem alergia de 
ouvir falar em franquias. “Rede jamais. Eu tenho planos 
de crescer isso aqui, mas não de multiplicar. A gente trabalha
 de um jeito muito específico que é pouco multiplicável”, diz.

Café Kahlúa
O mineiro Ruimar de Oliveira Junior montou o Café Kahlua, 
localizado no centro de Belo Horizonte, em 1993 com 
a ajuda do pai. Faltando seis meses para se formar, ele
 trancou a faculdade de ciências da computação e 
resolveu viajar. Foi quando conheceu a rede Starbucks,
 sua inspiração. “Voltei para o Brasil, vi um anúncio de
 uma cafeteria à venda, vendi meu carro e resolvi investir”, conta.
A partir de 2003, o empresário resolveu focar no café e na 
sua degustação. Entrou para um grupo de associações de 
cafés especiais e durante quatro anos viajou para diferentes
 países para conhecer o hábito e a forma de preparo da
 bebida. “Em uma das viagens comprei um torrador pequeno
 e comecei a fazer a minha própria marca”, explica Junior.
A cafeteria tem cafés preparados com grãos de oito 
regiões brasileiras e de países como Colômbia, Costa Rica
 e Quênia. As opções internacionais variam de 
acordo com a disponibilidade. Todos os funcionários 
da empresa são treinados para trabalhar como baristas.
Com faturamento médio mensal de 150 mil reais, 
70% da receita vem da venda das 600 xícaras 
de café servidas diariamente. O estabelecimento
 também vende acessórios para produção da
 bebida e lanches para acompanhar a degustação 
do café, que custa a partir de 4,30 reais.

Armazém do Café
Inaugurado em julho de 1997, o Armazém do Café, 
localizado na cidade do Rio de Janeiro, é comandado
 pelo economista Marcos Modiano. Sua família exportava
 café e ainda adolescente, por sugestão do avô, começou
 a trabalhar no departamento de seleção dos grãos. 
Mas foi só aos 47 anos que Modiano, cansado do 
mercado financeiro, resolveu investir em uma cafeteria.
Viajou com a esposa para países como Espanha, Itália, 
França, Canadá e Estados Unidos para analisar como 
as cafeterias funcionavam. “Sabia que tinha que torrar meu 
próprio café e em pequenas quantidades”, afirma Modiano. 
Hoje, ele tem sete lojas na capital carioca, especializadas na 
venda de café em grão e moído. Além disso, também 
são oferecidos utensílios para interessados em preparar a 
bebida em casa.
Modiano conta que 50% da receita das lojas vem da 
venda do café e o faturamento médio mensal varia de 
50 mil a 60 mil reais. Por dia, são vendidos de 400 a 
600 doses da bebida. Entram na conta drinks e 
cappuccinos. O cliente pode optar por oito tipos de 
cafés brasileiros.
“O grande desafio do negócio é o de manter o 
estabelecimento com o custo altíssimo das locações”, 
explica. No caso do Rio de Janeiro, ele ainda diz que 
ninguém toma um cafezinho em um dia muito quente. 
A partir de novembro, de acordo com Modiano, 
a empresa disponibilizará um site para vender o 
café da marca para pessoas físicas e restaurantes.

Octavio Café
A cafeteria Octavio Café foi inaugurada em 2007, 
na capital paulista, e os grãos de café produzidos 
nas fazendas da marca são a matéria-prima das 
bebidas servidas. O cultivo de café especial em Pedregulho,
 no interior de São Paulo, foi descoberto por Octavio Quercia.
 Somente no final da década de 1990, Orestes Quercia, 
o filho de Octavio, se dedicou para desenvolver a marca de café.
No local, além de degustar um espresso, é possível 
comprar utensílios como coadores de diversos modelos, 
cafeteiras e grãos torrados e moídos. O espresso Ocatvio 
custa 5,10 reais. Há opções como o café gelado que é 
preparado com suco de laranja, café, limão e açúcar. 
A chef Kyka Toledo é responsável pelo comando da 
cozinha da cafeteria. No local, são servidos lanches 
e pratos, oferecidos no almoço e no jantar.

Fonte: Exame.com

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Autor Ebes Almeida

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